23 de abril de 2006

Pré-Post

Tarda nada vou-me embora daqui e apanhar o comboio.

Não sei se vou sozinho, mas espero que sim.

Há algo de fascinante de ir no comboio sozinho. Era muito mais fascinante com os comboios antigos, mas eu faço de conta.

Provavelmente vou adormecer a pensar no assunto. Mesmo que não pensasse no assunto, ia a pensar. Ok, o iPod não tem nada a ver.

A culpa não é minha, é do cérebro. Que tem a mania de não gostar de silência. O cérebro não para. Não tem idle times. E o meu tem a irritante mania de aproveitar esses supostos tempos mortos para pensar em tudo, tudo excepto aquilo que devia pensar naquele preciso momento.

Já dei comigo a desejar pensar noutra coisa. É como se o corpo sentisse algo e o cérebro, como medida de defesa, pensa num oposto. Very very weird.

Seja como for, já sei que quando chegar vou escrever o que vou escrever agora. É tipo pré-post.

Aparte: O ser Humano tem a mania de efectuar uma pergunta de modo a que a resposta seja aquilo que ele quer ouvir. Eu vou fazer isso com este post.

Vou escrever que sou um animal, e que gosto de o ser. Temos pena. Isto deu trabalho a criar, só vou mudar quando achar que tenho realmente vantagem.
Este animal não é nada do que transmite e do que demonstra ser. Temos pena. Mais uma vez são mecanismos de defesas. Beats me again.
Este animal, de momento, não sabe o que anda a fazer.
Este animal, embora diga que não, está a mudar. E ele não gosta disso. Temos pena para o animal. Ele que se desenrasque. O animal diz que gosta do dificil mas prefere o fácil. E o fácil é tar quieto. É não enfrentar as mudanças.

Basicamente é não adaptar. Mas o animal diz que uma das suas qualidades é a capacidade de adaptação. Em que ficamos. Qual deles tem razão?

Continua quando o suburbano para mira sintra meleças chegar à reboleira.

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